Inclusão da cultura digital juvenil na e-Arte/Educação

20/10/2018

A noção de antropofagia cultural

Retomando a noção de antropofagia cultural que nos faz repensar aspectos da nossa cultura espelhada em ações do consumismo, como promover o resgate do nosso ecossistema? Como promover uma consciência de separar o nosso próprio lixo e buscar formas de descarte seletivo de forma eficaz?

O modo do descarte do lixo atinge diretamente o meio ambiente ecológico.

A arte ambiental se insere na arte contemporânea entre a necessidade de se estabelecer diálogos e conexões entre o consumismo e a sustentabilide.

A arte é política no sentido de ser engajada, ativista como função para expor a demanda urgente de mudanças de comportamento no descarte do lixo que a nossa sociedade tanto necessita.

Depoimento analítico 2 

INCLUSÃO DA CULTURA DIGITAL JUVENIL NA E-ARTE/EDUCAÇÃO

Inter-relações entre a cultura digital, e-arte/educação e juventude;

Ensino, aprendizagem e inclusão na perspectiva de práticas crítico-reflexivas em arte intermidiática digital. 

Atividade

Quais são as concepções, comportamentos e hábitos da juventude frente à tecnologia? De que forma os jovens se apropriam da cultura (im)posta pela mídia? Como as práticas em contextos educativos podem relacionar com a cultura digital juvenil, de modo a considerá-las como potencializadoras de aprendizagem em arte?

O distanciamento entre a geração de 1970, 1980, 1990 com a nova geração de 2000 e 2010 está relacionado ao hábito incorporado pela nova geração em manusear e ouvir músicas e videoclipes pelo celular.

De acordo com Protásio (2014, cf pg. 4), o choque entre gerações pode ser evidenciado no modo que a juventude busca esboçar sua própria identidade e o reconhecimento da sua personalidade.

É na juventude que os seres humanos aguçam a necessidade de pertencimento e aceitação em determinado meio cultural. Pode ser expresso por meio das vestimentas, como se comporta e como ele se faz importante. Tal comportamento se torna explícito no modo como se apropriam da música que ouvem a todo volume, citados na pesquisa de campo desta autora.

Conforme Protásio, a música é também linguagem cênica e visual exposta em vídeo clipe muito presente na internet. A questão levantada aqui é o excesso de informação e de estímulo que termina sobrecarregando nossa capacidade de compreensão da realidade. Segundo a autora, temos uma preocupação com o espetáculo e perdemos a real importância modesta das coisas, o que ocasiona a falta de voz e a espontaneidade para expressar a própria identidade cultural.

Para Fernanda Cunha (2012), a sociedade em rede está constituída em signos e significantes digitais por onde as pessoas traçam suas rotas e são testadas a todo momento por meio de atritos simbólicos.

Conforme Cunha (2012), a vida no universo digital entre a juventude, necessita de ações e-arte/educativas que possam preparar criticamente o usuário para escolher a melhor opção, com autonomia crítica e que se relacione com a sua identidade política e cultural. Se faz necessário preparar ações e-arte/educativas que possam proporcionar o desenvolvimento crítico dos alunos, para que sejam capazes de ler e interpretar seu próprio mundo.

A abordagem do universo digital como meio de processamento em escala reduzida (nanotecnologia), derivado do conceito de "modernidade líquida," pode ser definido como formas modernas de transporte e comunicação que submete e agrega espaço e tempo dentro das variadas tecnologias modernas. Esta tecnologia pode estar em toda parte e ao mesmo tempo onipresente, podendo ser instrumento de expressão ou de domínio ideológico.

Nesse contexto, Cunha (2012), chama a atenção para a falta de autonomia que torna a pessoa vulnerável ao domínio da ideologia dominante da elite cultural. O que leva, muitas vezes, o jovem a gostar do vídeo clipe de uma música estrangeira por causa da sua performance e movimento sem ter nenhuma noção do significado crítico de seu conteúdo.

O vídeo clipe atua como uma metalinguagem interterritorial, que vai além da cultura local e faz interconexão territorial, pelo espaço expandido da arte, da linguagem cênica, audiovisual e verbal ressignificando comportamentos e padrões de estética e de cultura.

Nesse sentido, o vídeo clipe passa a ser visto como uma manifestação da tecnocultura, uma metalinguagem, ou seja, uma linguagem utilizada para descrever outra linguagem dentro de um discurso textual, oral e audiovisual. De acordo com Cunha (2012), por meio de ações e-arte/educativa poderemos desenvolver uma proposta estética crítica libertadora.

Para Eisner (2008), a importância da educação está em poder capacitar indivíduos como artistas para criar um trabalho com habilidade e imaginação e que este processo seja independente de seu espaço de trabalho.

O indivíduo artista precisa ver, experimentar e fazer juízos de como adequar suas aprendizagens; ele precisa aprender a elaborar questões; a ter o pensamento flexível; a reconhecer a relação entre forma e conteúdo e perceber que nem tudo que se pode conhecer se transformará numa tese; pois, precisamos fazer um recorte para definir e construir o nosso objeto de estudo e de trabalho.

A educação precisa dar mais valor ao imaginário do que aos fatos sem buscar interpretá-los. A imaginação e a arte juntas podem nos libertar de costumes enraizados e a transcender por meio da poesia para uma mudança crítica e libertadora da nossa realidade de violência, de preconceito econômico, social, político, étnico e de gênero.

Bibliografia:

CUNHA, Fernanda Pereira da. "Performances culturais intermidiáticas: você tem fome do quê? Consumo de sinais". UFG: CIAR, 2012

EISNER, Elliot E. O que pode a educação aprender das artes sobre a prática da educação?" Currículo sem fronteiras, v. 8, n.2, pg. 5-17, 2008.

PROTÁSIO, Niceia. "Depoimentos provocativo". UFG: CIAR, 2014.


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